Serão animado com os contos de Paula
Em casa dos Belmonte, José, João e Paula têm um serão de literatura, em que vão lendo e discutindo Shakespeare e os livros de Paula.
Crónica de Paula Belmonte
As memórias felizes de infância se parecem com doces ou campos de flores.
As memórias felizes têm um sabor e um cheirinho gostoso e perfumado. Por vezes se parecem com sonhos, nem sabemos se aconteceram de verdade.
Lembro-me da primeira vez que andei de avião. Devia ter três anos. Fui do Rio para o nordeste com meu pai. A viagem era grande e houve uma tempestade. Uma aeromoça atenciosa fechou as janelas para que ninguém visse os relâmpagos riscando o céu. Mas eu voltei a abrir a minha, queria assistir ao show daquelas faíscas prateadas.
O avião abanava. O meu pai, pensando que eu teria medo, me deu a mão e começou cantando uma música para me confortar. Não lembro mais que música era e ele já cá não está para me dizer. Sempre que tento me lembrar da música acabo perdida numa jukebox gigante.
Muitos anos depois dessa viagem de sonho ouvi Marisa Monte cantando uma canção que se chama «A minha velha infância». Não foi a que meu pai cantou para mim, nem sei ao certo se essa canção é uma cantiga de amor. Mas também não interessa, é essa que eu hoje cantaria para ele.
As memórias felizes têm um sabor e um cheirinho gostoso e perfumado. Por vezes se parecem com sonhos, nem sabemos se aconteceram de verdade.
Lembro-me da primeira vez que andei de avião. Devia ter três anos. Fui do Rio para o nordeste com meu pai. A viagem era grande e houve uma tempestade. Uma aeromoça atenciosa fechou as janelas para que ninguém visse os relâmpagos riscando o céu. Mas eu voltei a abrir a minha, queria assistir ao show daquelas faíscas prateadas.
O avião abanava. O meu pai, pensando que eu teria medo, me deu a mão e começou cantando uma música para me confortar. Não lembro mais que música era e ele já cá não está para me dizer. Sempre que tento me lembrar da música acabo perdida numa jukebox gigante.
Muitos anos depois dessa viagem de sonho ouvi Marisa Monte cantando uma canção que se chama «A minha velha infância». Não foi a que meu pai cantou para mim, nem sei ao certo se essa canção é uma cantiga de amor. Mas também não interessa, é essa que eu hoje cantaria para ele.
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